Hoje, li algo que me fez lembrar um dia, em certo bar. Já se passaram algumas estações, mas é estranho como algumas coisas ficam . Ou não, por vezes vem à memória apenas para lembrar que ainda estamos viv@s, apesar dos dias envelhecerem nossos sonhos.
Aquele seu sorriso bobo, o ar sem graça. Me esperar levantar da mesa e me cercar ‘casualmente’ quando já ia embora depois de me observar a noite toda. E eu, que tive que fingir toda aquela segurança, apenas dizer que estava de passagem pela cidade e comentar que estaria no Estádio no dia seguinte.
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Queria falar sobre idas e vindas, passeios, casamentos.
Ou lembrando outro domingo de choro, ingratidão e pés cansados.
Ou de hoje e um email inusitado falando de saudades.
Queria falar sobre terrorismos
Amizades.
Alegrias e dores bem medidas -ou não.
Mas veja só… Hoje choveu na cidade.
O que mais vou desejar?
Amigo é uma coisa que a gente perde ao longo da vida. encontramos vários, nos apegamos a alguns e, a certa altura, somos forçados a colocar o prefixo ex antes do nome daquele que enchia nosso coração de carinho e de certeza.
Perder um amigo para a vida, e não por uma fatalidade, é uma dor dilacerante. a gente pensa que amizade é pra sempre, que, quando a gente for velhinho e lembrar de tudo que aconteceu, estarão perto de nós aqueles que a gente escolheu como a família do coração.
Mas a vida tem dessas decepções. uma hora é você que sai de cena.
em outra, a vontade é daquele que te dava toda certeza do mundo de que ficaria ali para sempre.
A primeira vez em que eu tive que tornar um amigo ex-amigo, senti uma dor que acabou comigo. fiquei sem entender, chorei, chorei. por um tempo, foi difícil acreditar de novo na beleza, na simplicidade e nas diversas nuances de uma amizade.
Optei por deixar a amargura de lado e seguir em frente, ainda com esperança de que aquela dor eu não sentiria mais. novas amizades vieram, as que importavam de verdade permaneceram. e não senti aquela dor de novo, não daquele jeito. mas outras dores apareceram pra mostrar que a vida é assim mesmo, por mais que a gente se pergunte se já não teve a nossa cota.
O bom é que dor ensina. e depois que a gente sente uma que parte o coração em mil pedacinhos, aprende a relativizar as outras. e, melhor ainda, renova o olhar diante dos amigos de sempre, aqueles por quem a gente sente todo o amor do mundo e em quem temos a sorte de encontrar reciprocidade.
[Relato da Daniela Arrais,
mais muito pertinente também a minha pessoa]
Ele olhou pro céu e disse que olhar as estrelas é contemplar a morte e mesmo assim acha-la incrivelmente bela, grande parte delas emitiu seu último brilho alguns anos antes da Terra se formar e mesmo assim hoje estamos aqui admirando, algo deixou de existir físicamente mas durante muito e muito tempo será reconhecido pelo brilho de seus intensos momentos de existência. O fim de alguma coisa não tem que ser necessariamente ruim. Por que você diz isso desta forma? – perguntei baixinho, já enxugando a lágrima safada que escorria pelo rosto que se apoiava no ombro dele. Você sabe. Não, não sei. Eu amo você, mas escolhi ficar com ela.
Sentada no sofá, senti o incomodo
e me vi do outro lado da porta, do outro lado da linha
ruborizei
me vi anos passados como aquela que hoje enfadava meu Coração
Então eu vi os olhos daquela menina
aquela que por vezes fora minha amiga,
aquela que eu magoei enquanto me fazia de magoada
aquela que obriguei a crescer drasticamente em poucos meses pela desonrra
aquela que amou, que lutou por mim enquanto ferida de mais eu só a afastava dos meus dias
vi aqueles olhos e senti falta daquele carinho tão vital
Descobri depois de tanto tempo que todos são insubstituiveis
e que ela faz falta gigantesca na minha vida
Senti o sangue gelando na propria definição de John Bradshaw
“emoção que nos deixa saber que somos finitos”
Vergonha
E uma vontade de fazer diferente.
Perdoe, mas uma vez.