Hoje, li algo que me fez lembrar um dia, em certo bar. Já se passaram algumas estações, mas é estranho como algumas coisas ficam . Ou não, por vezes vem à memória apenas para lembrar que ainda estamos viv@s, apesar dos dias envelhecerem nossos sonhos.
Aquele seu sorriso bobo, o ar sem graça. Me esperar levantar da mesa e me cercar ‘casualmente’ quando já ia embora depois de me observar a noite toda. E eu, que tive que fingir toda aquela segurança, apenas dizer que estava de passagem pela cidade e comentar que estaria no Estádio no dia seguinte.
E você que nem gosta de futebol assistiu um jogo ruim, de penúltimos colocados com 1.200 pagantes, apenas pra conversar comigo. E tentar ser sincero, uma sinceridade que não lhe cabia. E tentar pagar uma dívida cujo os juros já encobriam as fronteiras do certo e errado, bem e mal.
Eu contei então uma história simples. E seu sorriso se desfez. Engoliu seco e o fato d’eu não mais me importar com os erros e acertos da sua vida, mudaram todo o rumo da prosa. Confessar que eu não merecia aquilo, balançou meu orgulho e te libertou pra ser feliz, ou melhor: para fazer outras pessoas felizes. Tive o ar de dever cumprido.
Você achando que perdão implica relacionamento. E eu me libertando disso tudo.
Ao final você falou da poesia, como falávamos nos tempos que os sonhos eram outros. E tudo que guardo de você hoje é um sorriso de fim de tarde, poético e simples.
E é claro, a maturidade das almas livres.