Arquivo de: fev.2010


Em noites de sábado

Solitárias -ou não

Toque+de+alma

Que alma sua alma deseja tocar ??










Querida Amiga,

Me desculpe por esses dias, pelas escolhas que fiz.
Escolhas que tem mudado todo nosso ciclo de amizades.
Sei que ele é seu amigo e que você – e meio mundo -
botava a maior fé em nós dois.


Ele é, de fato, fantástico. Um homem incrível.
Com um sorriso perfeito, inteligente, de boa família.
Tínhamos tudo para dar certo.

Mas não rolou.
Faltou o frio na barriga e a paixão que só quem já sentiu sabe.
Preferi deixá-lo viver a vida.
Encontrar alguém que o ame como ele merece.

Faltou emoção Amiga. Ele já não me emociona mais.

E eu quero um homem que me emocione.

Um homem que me faça companhia.
Não que ele não fizesse, pelo contrario, sempre recomendarei a qualquer uma.
É um ser humano fantástico.
Mas comigo acho que faltava algo mais.

Um homem do qual eu me orgulhe.

Com o qual eu comemore nossas conquistas juntos.


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Ponto inicial


Há uma estranha luz que não reconheço o brilho.
Vem do alto? Vem do lado? De onde?
Talvez fosse azul. Talvez fosse branca. Incrivelmente branca.
Creio eu que é branca, mas posso acreditar se disser azul.
Um monitor de algum computador. Ou de qualquer coisa. Não é isso que fará a diferença.


Interrogatório.


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A hora Íntima

Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: — Nunca fez mal
Quem, bêbado, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capazes de empalidecer o mármore?
Quem, oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem, macerada de desgosto
Sorrirá: — Rei morto, rei posto
Quantas, debruçadas sobre o báratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que, branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de bruços
A soluçar tantos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: — Foi um doido amigo
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circunstância oficial
Há de propor meu pedestal?

Quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançara um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?

Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: — Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: — Não há de ser nada…
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?



Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores ?

 

 

 

 

 

Vinicius de Moraes
Rio, 1950

 

[amigos]

Nas manhãs de quarta-feira

Luz dos olhos meus

Quem seus olhos acordam com vontade de ver??













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