Arquivo de: 23.dez.2009


eu tentei

[anteriormente aqui, mas nunca tão atual]



eu tentei me apaixonar por vc.

perdidamente.
é, perdidamente pq pra mim é assim,
é sempre coisa de pele.
tem que bater os olhos e sentir algo diferente no primeiro momento.


e foi mais ou menos assim.
a primeira vez que bati os olhos em você te senti diferente,
claro, todo mundo sente vc assim…
não deu pra sacar logo de cara qual era a tua, qual era a minha,
mas eu sabia que ia rolar alguma coisa.
rolou.


rolaram quatro anos de entendimentos e desentendimentos.
me senti extremamente solitária contigo.
você não conseguiu me abraçar do jeito que eu precisava,
não me acolheu como eu queria ou imaginava.
mas me deu algo que eu jamais vou esquecer
e nunca vou conseguir retribuir: maturidade!


você me obrigou a viver,
a pensar em coisas que eu jamais imaginei sozinha.
aos trancos e barrancos você me fez crescser.
obrigada!
eu te agradeço com a alma,
e te peço desculpas por ter que te deixar pra trás.


eu tentei mesmo me apaixonar,
me esforcei, dei o melhor de mim,
principalmente nos últimos meses.


você também não colaborou muito…
existem milhares de coisas em você que são assim
a tanto tempo e não vão mudar.
paciência.
eu não te condeno, não te culpo,
apenas espero a hora certa.
Agora criei condições de ir,
tiro meu time de campo.


E cada um vai se feliz pro seu lado.


é isso Brasília. valeu por cada momento.


mas Goiânia me espera com a certeza de um amor incondicional.
repleta de parques coloridos,
de praças habitadas, subidas, descidas, esquinas…
ah! com milhares de esquinas!
tem futebol local levado a sério.
tem distancias reduzidas
– principalmente entre os corações .
e o calor…
sobretudo o calor das pessoas, dos dias…


eu proponho um acordo.
nosso caso será diferente.
um novo caso de amor.
eu volto sempre que puder.
aprendi a te respeitar como tu és.
e a gente vai caminhando.
estou pensando em novas formas de viver a nossa relação.


é isso.





tchau







lobo



Seu ritual de despedida foi apenas um olhar de ternura.
Longe de sua alcatéia, o lobo já não é mais lobo.


É apenas um espectro.
Um fantasma vagando nos olhos negros da floresta.


Ele sente uma silenciosa força, um entendimento imediato,
um impulso de retornar a ser o que era antes de ser lobo.


Ainda vivo, ele observa os vermes festejando em sua carne.
Um predador se torna a presa de feras tão pequenas.


Agitam em seu cérebro neurônios preguiçosos e ele se lembra das caças em bando.
Suas derrotas e vitórias agora dançam distantes,
igualmente embriagadas e um amor indisível acorda em seu peito.
Fui lobo – ele pensa.


Uiva uma última vez,
assinando no assombro de pequenos roedores sua despedida.
Cansado, o lobo deita e pouco a pouco,
seu corpo toma a baixa temperatura da relva.
Sua floresta é um denso esquecimento.
Agora a lua orbita em seus olhos.
As águas de um rio próximo ecoam distantes,
e o lobo mergulha em sua própria escuridão.


[do reader]

lobo





Estamos indo, de volta pra casa…









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