Arquivo de: 09.dez.2008


Lya Luft

“O amor nos tira o sono, nos tira do sério, tira o tapete debaixo dos nossos pés, faz com que nos defrontemos com medos e fraquezas aparentemente superados, mas também com insuspeitada audácia e generosidade. E como habitualmente tem um fim – que é dor – complica a vida. Por outro lado, é um maravilhoso ladrão da nossa arrogância.

Quem nos quiser amar agora terá de vir com calma, terá de vir com jeito. Somos um território mais difícil de invadir, porque levantamos muros, inseguros de nossas forças disfarçamos a fragilidade com altas torres e ares imponentes.
A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura.

Às vezes é preciso recolher-se”.

Lya Luft

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nada como uma boa leitura de férias…
^^)

Hoje no tempo… (2005)

FORMATURA !!!

Hei de guardar
Em minha memória, (bis)
Sempre vou honrar.
Colégio da Polícia Militar…

Os dias passavam mais lentamente como se a natureza tivesse alterado de propósito o relógio biológico de tudo, até as gotas da chuva que caiam, o faziam mais vagarosamente, o verde das árvores e o colorido das flores exibiam um pálido cinza, mas Carla sabia que era tudo sintomas da separação. A separação, pensava ela com a mão no queixo e sobre a mesa olhando para o quintal acinzentado, era tudo que ela mais temia desde que Gabriel a contou sobre sua viagem, uma história que talvez terminasse ali, quase como se nunca tivesse acontecido.

Não o julgara mal, era para o seu futuro, quem sabe dos dois, pensava ela acreditando na possibilidade de Gabriel voltar anos depois, talvez décadas para reviver o amor abortado pela mudança de país, mas não, e agora caía uma lágrima, Gabriel nunca vai voltar, vai conhecer outra pessoa, alguém com quem pode dividir os sonhos por lá mesmo e ter filhos num país estranho – “E essa pessoa vai viver a minha vida… Quem sabe eu entre para um convento ou mude meu nome para Serafina e vire professora…” outras lágrimas caíam agora molhando um pedaço de papel que Carla tinha guardado desde o início do namoro, nele estava escrito em letras alternadas de vermelho e azul “Carla e Gabriel para sempre”, assim com contornos inocentes mas sinceros e de repente Carla fechou os olhos e desejou com toda a força do seu coração – “Gabriel, fica comigo…” e quando abriu os olhos podia jurar que a árvore do seu quintal estava esverdeando de novo, mas não teve tempo de reparar direito porque tocou a campanhia – “Entrega para senhorita Carla” – disse um entregador com um buquê de rosas que realmente estavam com um rosa vistoso sobre suas pétalas, e havia um cartão, o coração de Carla acelerou – “É a letra dele com cores alternadas de vermelho e azul!” – “Carla, cancelei tudo, vou ficar com você pra sempre porque eu te amo e você é minha vida e meu futuro, assinado Gabriel…”

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(suspiro profundo)

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