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Tudo na vida é material para escrita, se a gente tiver coragem para usar a imaginação para improvisar. O pior inimigo da criatividade é a insegurança, a dúvida interna. Se a gente fica obcecada pela necessidade de conquistar a independência, enfrentando o vasto mundo devorador de pessoas, imobiliza-se: o corpo e o espírito inteiros se revoltam contra o compromisso com um papel específico, contra uma vida restrita que Não despertará o que você tem de Melhor. Viver exige um conjunto de reações e responsabiliades diferentes deste hedonismo acadêmico… e a gente precisa ser capaz de gerar uma vida realmente  criativa para si, em vez de esperar que os Outros forneçam uma vida pronta. Criança crescida. O mais díficil é saber onde e como dar tudo de si.

Sylvia Plath – Diários 1950-1962

[furtado daqui]

[rosas]

O que torna as rosas diferentes,

não é a delicadeza das pétalas, nem o perfume da corola,

são os espinhos.

 

 

[Cleopatra]

O amor é mesmo engraçado. Do nada, um sentimento surge. E fica oscilando feito a Bolsa de Valores. Vai e vem, sobe e desce. Funciona assim: ele está sendo muito legal com você, então ganha pontos. Ele dá uma resposta que entala porque é meio torta, perde. Ele é carinhoso na hora em que você precisa, ganha. Ele não se deu conta que você precisava de um carinho, perde. Ele adianta seus pensamentos, ganha. Ele dorme no ponto, perde. E assim vai mantendo o equilíbrio na balança: o lado bom sempre vencendo o ruim. Que nem filme de mocinho e bandido; o amor é o mocinho, o desamor é o vilão.

Pensei no meu amor, que é tão bonito. Começou de mansinho, foi ganhando terreno e construiu uma casa de muitos metros quadrados, com piscina, quadra de tênis, ofurô, banheira de hidromassagem, jardim de inverno, quintal, muitas flores e plantas. Uma casa segura, sem grades, cerca elétrica e olho mágico.

É tão simples. Você sabe que encontrou o amor quando o mundo se prepara para 2012 e tudo está dando errado, mas ele fala alguma coisa com aquele jeitinho que você se apaixonou e a vida fica colorida. E você ri de tudo, da própria vida, do mau humor, do fim do mundo. Não sei explicar direito, mas o amor pra mim é aquele calorzinho bom que dá no peito da gente quando tudo o que você mais precisa é daquele abraço que limpa qualquer céu cinza cheio de nuvens, carregado, com cara de temporal. E o sol se abre, porque um outro mundo se abre e te invade prometendo que sim, tudo vai dar certo. Tem coisa melhor do que ouvir da pessoa que a gente ama que tudo vai dar certo? A sua melhor amiga pode falar, sua mãe pode desenhar, mas não tem jeito: basta quem você ama dizer tudo vai dar certo que, plim, como um passe de mágica, como o pó mágico, como a varinha de condão mágica, plim, tudo se transforma. E você acredita de novo mais uma vez novamente em mim, em todos, nele.[amor]

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<3

Já aconteceu comigo. Me apaixonei e reapaixonei. Me estrepei e me dei bem. E muitas vezes pensei: sou muita letra para o alfabeto desse indivíduo, muita palavra para o dicionário desse ser não-pensante. Sua mãe pode avisar, a melhor amiga pode mostrar o cartão amarelo, o mundo pode mandar você descer: uma mulher apaixonada vai além das forças. Mas a paixão acaba, é uma espécie de onda grande. Vem e te derruba, vem e dá um caldo, vem e faz você engolir água e ficar tossindo. Depois, só a sensação de falta de ar, medo de que venha nova onda forte e faça você ajoelhar no fundo do mar, arranhar o joelho e sair sangrando. A paixão faz a gente perder o biquíni com aquela onda gigante. Você fica desnorteada pensando o-que-houve e, ao mesmo tempo, procurando o biquíni e protegendo os peitos dos olhos curiosos. Paixão faz a gente fazer maluquice e um dia pensar nossa-que-maluquice. Continuar a Ver »

Luciana Lima me veio com essa: Então amanheci concordando em gênero, número e grau.
(mesmo grau não sendo aí uma concordância ;P)

vsp

Uma das tantas coisas chatas do convívio social com estranhos é o diálogo unilateral,
esse estranho hábito que algumas pessoas têm de simular conversas com as outras,
quando na verdade querem apenas um ouvido para ser complacente com seus problemas.
Não é partilhar, sentir-se amparada ou ouvir meia dúzia de verdades inconvenientes e necessárias
o que essa rapaziada quer; essa curiosa espécie quer apenas que o interlocutor intervenha com algumas tantas expressões fáticas e um ou outro balançar de cabeça, demonstrando concordância com seus pontos de vista exuberantes e alucinadamente verborrágicos.


Então, um dos grandes desafios da minha vida é tentar agir com naturalidade  quando eu constato o coadjuvantismo da minha presença nesse momento solo altamente bocejativo imposto por estranhos articulados que, por alguma razão misteriosa, acreditam piamente no fato de que eu preciso saber com riqueza de detalhes sobre a vida deles.
Daí eu me lembro da Hannah, de A Vida Secreta das Palavras (um dos filmes mais bonitos da galáxia), e penso em como seria maravilhoso se as pessoas falassem e escutassem o que de fato é para ser falado e escutado – e para quem fizer alguma diferença em suas vidas.


Penso também em como seria incrível poder desligar o aparelho de audição nos momentos em que eu não tiver presença de espírito e dignidade humanitária o bastante  para bancar uma pessoa bacana,compreensiva e engajada com os problemas que afligem os meus irmãos bastardos de espécie, ou quando eu simplesmente quiser ouvir só o silêncio,  e não todo o blablablablabla-professora-do-Charlie-Brown do mundo.


Não faria a mínima diferença para quem fala,
mas faria, certamente, uma diferença infinita para mim,
para minha incompetência social
e para minha titubeante sanidade.




Confiram o original:  [http://negociodemenino.blogspot.com/2010/02/vida-secreta-das-palavras-alheias.html]

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