… (como hoje) que amanheço com vontade de fumar, tomar duas garrafas de vinho,ouvir música alta, e fazer sexo da forma que deixe um homem achando que o mundo depende de mim.
[Igual a Srta. Ka define nas suas Incompletudes]

 

 


Quantas vontades você tem e nunca vai assumir?

 

Tem aquele amigo que se espanta em uma mesa de bar quando observa que fumo e ele próprio cheio dos desejos omitidos. Aquela outra colega que acha um absurdo eu dizer isso (sentir e fazer pode, mas precisa dizer?) Uma diz que tenho coragem  que ela não tem. Outra inveja escondida minha liberdade e chega a dizer que isso me fará mal. Um ri da minha insanidade. Outro desdenha do que define como ‘falsa qualidade’. Um outro observa em silêncio. Uma diz que sempre serei lembrada, mas no fundo me acusa de ser ‘livre demais’. Me julga inconsequente uma terceira e diz que deveria me portar melhor. Uma apoia meus causos na minha frente e julga comigo o primeiro que se espanta pelo fato d’eu fumar, mas nas costas desdenha e deseja minha condenação como aquele, sem contudo me falar, iludindo-se no fato de eu não conhecer esses seus pensamentos. Aquela cuja mãe me acha má companhia e ela contudo partilhando do mesmo pensamento. Com o silêncio, com o olhar. Os que se dizem aptos ao relativismo que a profissão os ensina a ter, são os melhores torturadores.


Tenho que ri disso tudo. Não posso definir o lugar que cada um ocupa no meu íntimo se não como uma boa risada.


“Tô cansado de tanta caretice, tanta babaquice
Desta eterna falta do que falar”

(Cazuza)


Quando deixei cada uma dessa amizades no passado (ainda que uns, como o cara do cigarro, ainda não tenham se dado conta) ouvi sussurros:

Não sei o que você tem, mas sempre estará nas menhores lembranças!






[mulheres]

“Sim, você me estimará sempre. Represento para você
todos os pecados que nunca teve a coragem de cometer”

Oscar Wilde, em O Retrato de Dorian Gray

 

 

 

 

 

 



Related Posts with Thumbnails